segunda-feira, 13 de junho de 2011

Do ritmo - por Daviane Moreira

Embora tenhamos visto o tópico sobre ritmo poético no longínquo mês de maio, só agora (passado meu período de aluna/colega faltosa) me lembrei de algumas coisas, como este trecho de Comment faire l'amour avec un Nègre sans se fatiguer, do haitino-canadense Dany Laferrière, sobre o nascimento do jazz e a participação de Freud no ocorrido:

Since Bouba is totally jazz-crazy, and since he recognizes only one guru (Allah is great and Freud is his prophet), it did not take him long to concoct a complex and sophisticated theory the long and short of which is that Sigmund Freud invented jazz. 'In what volume, Bouba?' 'Totem and Taboo, man.' Man. He actually calls me man. 'If Freud played jazz, for Christ's sake, we would have known about it.' Bouba breathes in a mighty lungful of air. Which is what he does every time he deals with a non-believer, a Cartesian, a rationalist, a head-shrinker. The Koran says: 'Wait, then, as they themselves are waiting.' 'You know,' Bouba finally intones, 'you know that SF lived in New York.' 'Of course he did.' 'He could have learned to play trumpet from any tubercular musician in Harlem.' 'It's possible.' 'Do you know what jazz is at least?' 'I can't describe it, but I'd know what it is if I heard it.' 'Good,' Bouba says after a lengthy period of meditation, 'listen to this then.' Then I'm sucked in and swallowed, absorbed, osmosed, drunk, digested and chewed up by a flow of wild words, fantastic hallucinations with paranoid pronunciation, jolted by jazz impulses to the rhythm of Sura incantations -- then I realize that Bouba is performing a syncopated, staccato reading of the unsuspecting pages 68 and 69 of Totem and Taboo

O argumento de Bouba para provar que Freud foi o inventor do jazz é baseado no ritmo que ele mesmo impõe à leitura da obra.

Um poeta que conheci recentemente mas cujo produção me deixou impressionada, nem tanto pela temática me interessar, mas justamente pela incorporação do ritmo e do patois jamaicano no poema misturado ao dub, senhor Linton Kwesi Johnson (para quem quiser ler o poema, um link da versão escrita)


E como esta semana teremos o encontro no sarau, um vídeo de uma apresentação de  Poetry Slam, um tipo de competição entre poetas e suas perfomances, que se originou em meados dos anos 1980, no EUA. Essa vertente de produção poética nunca foi objeto da academia, mas agora parece que começa a ser oferecida em alguns cursos. De música. Um documentário o sobre a competição anual de Poetry Slam no Estados Unidos (que já se espalhou pela Europa) e uma apresentação, "What Teachers Make", de Taylor Mali:




amplexos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário