segunda-feira, 30 de maio de 2011

Al Berto



Vi e tive que postar: Al Berto segurando uma tangerina. Albertina, Tangeberto, o poema foi demais pra mim.

Daviane

domingo, 8 de maio de 2011

Música de Cazuza para ilustrar o "estilo lírico" segundo Staiger


PARA DESCONTRAIR E ILUSTRAR AS IDEIAS DE STAIGER* SOBRE O 'ESTILO LÍRICO', SEGUEM LETRA E CLIP DE "MAIS FELIZ", CO-AUTORIA DE CAZUZA. 

*Conceitos Fundamentais da Poética de Emil Staiger. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977 (Trad. Celeste Aída Galeão)



Mais Feliz 




O nosso amor não vai parar de rolar
De fugir e seguir como um rio
Como uma pedra que divide um rio
Me diga coisas bonitas






O nosso amor não vai olhar para trás
Desencantar, nem ser tema de livro
A vida inteira eu quis um verso simples
P'ra transformar o que eu digo








Rimas fáceis, calafrios
Fure o dedo, faz um pacto comigo
Num segundo teu no meu
Por um segundo mais feliz
                                    
         





                 Composição: Dé/Bebel/Gilberto/Cazuza                                  





Adriana Calcanhotto - Mais Feliz

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Em torno de Octavio Paz

Saudações poéticas a todos, especialmente aos colegas do curso 'O texto poético em Língua Portuguesa'.

Gostaria de obter opiniões sobre o texto "Verso e prosa" de Octavio Paz. Em minha resenha comento sua relevância para as discussões levantadas em nosso curso. O autor, nesse capítulo de O arco e a lira, procura relacionar o texto poético com culturas onde são produzidos. Porém achei seu enfoque ainda bastante restrito a cânones, aos moldes de uma crítica mais tradicionalista, no sentido ruim da palavra. Ou seja, seu argumento é bastante atrelado a modelos acadêmicos ou legitimados por outras formas de prestígio (Eliot, Pound, até mesmo Proust serve à sua argumentação sobre a influência do ritmo poético na linguagem). Outra crítica que faço é que ele parece supervalorizar a linguagem poética. Tanto que, a meu ver, eleva a um expoente tal as qualidades do texto poético que a própria língua de um povo, modelada no poema, determina características culturais desse povo. É nesse sentido que achei seu texto sutil, embora intensamente tingido de um formalismo linguístico. Enfim, gostaria de ver o que vcs. acharam do texto.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sobre macacos, saídas de museus e alguma pimenta - por DAVIANE MOREIRA

[este post é uma quase desculpa para testar o blog]

lembram que na aula sobre O Silêncio dos Poetas a discussão girou por muito tempo sobre os limites dentro dos gêneros (mais até do que propriamente sobre o antigo e o moderno? Pois bem, o Alberto Pimenta (o link é de um dos poemas dele, "Discurso do filho da puta") parece testar com bastante frequência os limites do formato poema, como neste caso:

                                           ("Imagem poética 1", 1989)
                                         
sem contar o happening no Zoológico de Lisboa, em 1977, descrito por ele mesmo aqui, numa entrevista concedida 2 anos depois, no mesmo zoo.

ainda nos limites de gênero, minha sugestão é o "suposto" documentário do Banksy, "Exit through the gift shop". Enfatizo o "suposto" porque o filme deu o que falar justamente nesta questão sobre gênero: na história, um cinegrafista amador começa a filmar artistas de rua nos EUA e sua rede de contatos cresce até chegar no mais conhecido deles (o próprio Banksy), cujas ações filma até perceber que o documentário que está criando é menos possível do que imaginava - e é aqui que a coisa fica mais interessante, não dá pra acreditar muito que o filme concorreu a melhor documentário no Oscar desse ano. O trailer (legendado):



mas para quem prefere ouvir "A cena do ódio" recitada até o final - com bastante virulência, diga-se de passagem, lá vai:

(são 4 partes, as seguintes aparecem como sugestão no final desse vídeo)

hum, antes que eu me esqueça: o texto que o Emerson comentou sobre valor, cânone e estética é de Idelber Avelar e está neste link que te leva pro 4shared (pq o letrasuspdownload foi pro saco : (

N’ó crítico - por AURÉLIO C. RODRIGUES

O problema com a crítica especializada (ou não especializada) é o para que e para quem ela serve. Parece que tanto um quanto o outro tem servido mais para colocar este ou aquele escritor na linha de frente de uma lógistica. Quem deve estar melhor colocado em uma sistemática de visibilidade literária?
Acontece que a crítica, tanto especializada como a jornalística, tem trabalhado mais como produtoras que como crítica (muitas vezes produtoras de si mesmo). Estão mais preocupadas em promover que entender o funcionamento litarário, que aclarar sua lógica, que desvendar seu registro, que desconstruir seu fenômeno para colaborar que a sociedade tenha meios para interagir melhor com a manifestação humana que se apresenta em situação de negação, por uns, e aceitação, por outros, como artístico e/ou literário.
O crítico deve apontar elementos que venham a esclarecer o que há em uma construção dita poética de escolha estética ou de posicionamente extra poético/estético, que muitas vezes o leitor comum não tem condições, e nem obrigação, de reconhecer. Nos últimos tempos tenho deixado meus cabelos crescerem sossegadamente já que o que a poesia é (ou melhor o que se entende dela) depende de um ponto de vista, de uma escolha estética e de fundamentos outros – que, muitas vezes, estão fora do estabelecido.
Qualquer coisa para ganhar a alcunha de poesia ou poema necessita de um grupo social que o pratique aceitando-o como tal. O crítico deveria leventar os elementos que permitiram que um grupo pudesse entender a coisa que pratica ou aceita como poesia valendo-se de um conhecimento dos outros momentos que vieram a compor um entendimento da poesia.
O leitor comum se aproxima das coisas por razões múltiplas e a entende tendo essa multiplicidade como ponto fundador de seu entendimento do objeto. Logicamente o leitor comum não vai buscar uma sistematização teórico-acadêmica para suas validações. São os teóricos-acadêmicos que devem trazer, para o leitor comum, elementos que o permita uma reavaliação. E, claro, levando em consideração o próprio leitor, seu meio social, as conceituações e construções que permeiam o homem e seus saberes comuns e atuais. Assim, o melhor é que o permitam, deem condições para que o leitor entenda seu próprio entendimento. O discurso crítico deveria minimizar seus imperativos.
A justificativa da intervenção do crítico está não para desaltorizar os vieses não acadêmicos, mas para faze-los duvidarem do estabelecimento, da fixação do criado entendimento comum.